Sempre entre amigas, os assuntos são dos mais diversos possíveis aos mais fúteis do meu maior contragosto, mas que fazem parte dos encontros suaves entre: jovens mães, recém casadas, novatas na cozinha, avó segura de si e a viajante. Sim, enrtre elas, eu sou "a viajante", posso dizer que de primeira viagem quando se trata de muitos assuntos.
Acho engraçado porque, eu entre várias, sou apenas "a viajante". Para elas, sou daquela quem diz "Adeus" da mesma forma e espontaneidade como quem diz: "Ei, prazer, sou sua nova companheira de quarto". Elas também me acham louca, animada, boa de papo e vazia. De todos os adjetivos, o último me chama mais atenção. Pode parecer estranho, mas me excita as conclusões alheias.
"Você nao tem marido, não tem filhos, não tem endereço fixo, não pensa em contratar profissional do lar, não cria expectativa e ansiedade quando o assunto é "liquidação", não sabe nem o que é "escova marroquina", e essas unhas?? - Há quanto tempo não vê um esmalte? "...
Uma dessas amigas, a barriga estufa a cada dia, grávida de 5 meses é feliz por criar expectativas e desenhos de borboleta num quarto todo planejado.
Imagino que, na sala de parto terá a primeira foto postada direto pra rede social.
A amiga mais jovem e bonita veste roupa sempre um número a menor de seu manequim, sorridente fala com orgulho das gramas perdidas véspera de sua formatura.
De fato está muito bonita, mas quando a convido pra uma viagem, ela logo pergunta: Lá tem shopping?? Deve ser por isso que ela nunca quis viajar comigo.
A amiga que se diz "cozinheira" comprou três livros de receita e os devora todos os dias antes do maridão chegar. E fala com orgulho: - Eu o conquistei pelo estômago.
Ela é uma boa dona de casa, as vezes eu a invejo por ser tão dedicada. A recusa de experimentar seus pratos é como assinar sua própria sentença de morte, portanto só vamos em sua casa quando estamos com muita fome e disposição, porque miséria não é seu forte.
E amiga que aos cinquenta anos já é vovó e fica toda orgulhosa quando o assunto é o "neto". Para aquela senhora, o ser mais importante e poderoso do planeta é uma criança de 6 anos. E ela mau sabe que todas as pirraças daquele moleque vinha dos seus cuidados exagerados.
Talvez eu esteja errada, mas se é assim que sou para elas, então prefiro continuar como "a viajante".
Posso não ter marido, que direi namorado, mas como diz Joel, um grande amigo português: Ora gaja, antes só do que mau acompanhada, pah.
E por quê é tão horrível ainda não ser mãe? Não sou daquelas que sonham com vestido de noiva, jóias e quarto rosa ou azul pra bebês.
Do meu casamento se possível ao ar livre, pés descalços, pisando firmes no chão, longe de sermão e bajulações alheias. Das gestações, jamais saberei o sexo até o último dia, pois sem dúvida prefiro perder horas e horas conversando com ele\ela na barriga, aprendendo e enfrentando as mudanças da vida do que ter dor de cabeça ao pensar na cor da parede que tem que combinar com a almofada do sofá rosa.
Mas que, sempre entre amigas, os assuntos serão diversos...
*escrevi esse texto e com ele essas mulheres. Não as conheço, mas acredito que, cada uma as tem dentro de si.