domingo, junho 7

Expedição Nicarágua - pArTE 1

estrada Costa Rica - Nicarágua

"É preciso vencer o capitalismo. Ele é o mal maior, o pecado acumulado. a raiz estragada, a árvore que produz esses frutos que nós conhecemos: a pobreza, a fome, a doença, a morte da grande maioria. Por isso é preciso que a propriedade dos meios de produção (das fábricas, da terra, do comércio, dos bancos, fontes de crédito) seja superada [...] Por isso, quere­mos um mundo em que haja um povo só, sem a divisão entre ricos e pobres. "
O texto acima foi escrito por Frei Betto. Ele é um sacerdote dominicano brasileiro, conhecido em todo o mundo desde que publicou uma série de discussões sobre religião comFidel Castro...
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Capital: Manágua
Moeda: Córdoba (1 dólar – 18 córdobas)
Cidades principais: Manágua, León, Chinandega, Masaya, Granada
Fuso Horário: - 3 horas (em relação ao Brasil); - 6 horas (UTC)
A religião é predominantemente cristã (92% da população )
Passagem de ônibus: 23 dólares de Costa Rica para Nicarágua
CIA de ônibus: TRANSNICA, TICAbus
Ainda na COSTA RICA... Já estava começando a me acostumar com a idéia de fronteiras, de ônibus, de longas distâncias, começava a me acostumar tb, de que, o medo, não viajaria mais comigo, que o deixei em algum ponto da viagem. Já estava me sentindo no Brasil, pra começar com a semelhança do clima tropical, da hospitalidade e da beleza interior das pessoas....
Levantei as 3:00 hs, um friozinho suportável, tudo pronto, mochila fechada, apenas com a roupa que colocaria do lado de fora da mochila... Levantei igual um gato, com tênis na mão e a mochila na outra e uma bolsa a tiracolo, bem devagar sai do quarto, quando vi que havia conseguido fazer tudo sem barulho, fecho a porta e dá aquele rangido, até eu levo um susto. Em meio a escuridão caminho pelo corredor tateando até chegar a saída, cheguei na recepção, a moça enrolada no cobertor levanta e chama um táxi pra mim, conforme o combinado. Pego então o ônibus as 4:30hs com sentindo a Nicarágua. Vale lembrar que só vi rodoviária no Panamá e México, nos outros cada companhia de ônibus tinha seu terminal, se eu peguei o TRANSNICA, então o taxista já saberia o endereço, fiquei numa salinha de espera (já com a passagem comprada no dia anterior, pra não correr o risco de não ter lugar), um frio e dai sento, vejo uma freira, uma senhora com sua filha e vejo um garoto... na fila já para validar o ticket, esse garoto puxa um papo comigo, eu então conversei, descobri q ele era boxeador (não tinha perfil nenhum pra isso), foi ai então que ele ajudou a colocar minha mochila na parte inferior do ônibus, já com um adesivo identificando q era minha... e eu não vou mentir, pedia a uma força maior para que o número da poltrona do garoto fosse bem longe da minha, eu queria com muito gosto, dormir. Eis então que ele fala sorrindo, vamos sentar juntos. A tá, "bueno"! ônibus de um aparência razoável, mas me sento logo numa poltrona em que estava com defeito a alavanca, ou seja, no sentido de 90 graus eu tentava relaxar um pouco. Até que troquei de lugar com ele, e fomos... Lembro q ele escutava o tal de reggeaton, nunca tinha ouvido, mas aquele ritmo martelava na minha cabeça - um estilo rap latino. "Buenas Noches"...


Amanheceu e o ônibus para na estrada para que tomemos um café, logo pela manhã, gallo pinto novamente (arroz e feijao numa panela e omelete), eu preferi um achocolatado na caixinha e um biscoito, foi ai que vi a estrada, vi o dia, vi o caminho. Meu Deus, eu to numa estrada, peço ao senhor que dê tudo certo! Estava bem convicta, estava com uma fé que me segurava! Aproveitei pra tirar algumas fotos, achei bem legal o lugar onde estava, a estrada tranquila e sol já querendo aparecer.
Nicarágua é conhecida como o País dos Vulcões, pode se ver nas estradas. Os vulcões alimentam o solo, por isso Nicarágua vive da agricultura e foi o primeiro país da América a criar gado. Nicarágua tb é o segundo país mais pobre da América, repleta de história, ditadura, armas, sofrimento e beleza nas pequenas cidades...
Quase chegando a Nicarágua, deparei uma fazenda de energia eólica, perguntei ao garoto, se era alguma implantação alternativa do governo, ele não soube me explicar, na verdade, ele não sabia a cotação de sua própria moeda, alegando viver na Costa Rica. A tá, "esta bien"!

Foi ai então que li na internet que: "América Latina quer ser protagonista na ravolução tecnológica das energias renováveis" Energia limpa.
Pareciam ventiladores gigantes, um do lado do outro, fazendo um sincronismo nas rodadas conforme batia o vento. Era muito gigante mesmo!
Esperando a fronteira, leio um pouco sobre Nicarágua: "A Nicarágua continua sua aparentemente infinita luta para se reconstruir dos desastres naturais e das décadas de instabilidade política. Em 1972, a cidade de Manágua e muitas comunidades circunvizinhas foram virtualmente destruídas num massivo terremoto. ..."
Mesmo com esse tamanho desastre, Nicarágua tem um povo unido, porém pobre. Tem um povo cheio de esperança, com medo, mas cheio de vida.
Por mais alguns instantes, logo chega a fronteira, tivemos que descer com nossos pertences, agarrar numa fila e esperar. Muita gente chegando, saindo, correndo, trocando dinheiro pra vc , passando os dedos nas notas(Cambio? Cambio?). Mulheres vendendo lã, bordados, comida, sucos... uma bagunça até organizada. Logo carimbaram meu passaporte pela saída do país e no mesmo posto porém num guichê diferente, carimbaram pela entrada a Nicarágua. Ainda estava confiante, mesmo não sabendo absolutamente nada o q estava por vir, me atentei pelas informações do "Lonely" que dizia ser um país muito perigoso e sem muita coisa pra se ver. Imaginei um país devastado pelo terremoto, pior que isso, devastado por uma política extremista e pior do que isso, devastado pela exploração dos grandes colonos, deixando para patrimonio histório duas belas cidades, como León e Granada...
Sabe daquela sensação sem medo, com o peito cheio de ar, para novas aventuras, pois é, nesse exato instante, estou um pouco murcha, com aquele frio na barriga e segurando o choro, sabendo que a qualquer momento cairia rosto a fora... Mas deixo pra contar no próximo post e muita coisa estava por vir.
Hasta amigos

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