Enfim, relembro então a viagem que este mês completa 1ano (nossa isso me assusta). Me assusta pq sinto que outra se aproxima, me assusta pq quero tempo pra deixar sempre meu coração aberto e desarmado para novas e pequenas, simples e ordinárias experiências...
Sexta passada se falou no Globo Repórter sobre ele! Sobre um mundo branco em meio a Cordilheira....Salar de Uyuni - Bolívia
Isso foi bom, pq eu reli meu blog e lembrei que ainda tinha muita coisa pra lhes contar...................
Onde parei mesmo? (pra quem quiser ler sobre toda a viagem à Bolívia, tem em posts antigos)
Onde parei mesmo? (pra quem quiser ler sobre toda a viagem à Bolívia, tem em posts antigos)
Contei sobre o trem e o ônibus que me leveram até lá... pois bem, contei sobre o perrengue de se achar comida no deserto... e que foi perrengue pra achar meu hotel - veja bem, um local onde turistas preparados ou não dormiram em Uyuni...
No dia seguinte, após o café, eu fui ao salar, me espantei com famílias cavucando aquilo o dia todo e muito bem mascarados, mas mesmo assim crianças têm todo os seus rostinhos queimados... é verdade, olhar pro chão ardia... entao, óculos escuros e protetor solar, mesmo estando frio.
Lembro que o carro ia, ia e ia... em linha reta, aquilo já estava me dando "tontería", como se estivesse dentro de uma embarcação... fui sentada ao lado do motorista, dividindo banco com sua esposa e com sua filhinha parecia que estava gripada, seu nariz escorria e pra distraí-la, sua mae deu a garrafa de coca cola pra ela morder.
Chegamos num local, onde todos param pra fazer piquenique, andamos e deitamos no chão salino pra prover de algumas fotografias, (eu, um peruano, um brasileiro e um europeu). Chegou a hora da refeição - a senhora nos chama pra almoçar - salada de tomate e pepino, macarrão e carne de llama - dura q só! Coca cola ( a mesma q a menina estava mordendo) e quente, sim, pq não costumam colocar nada pra gelar - quente mesmo, como se tivesse comprado em um armazém da esquina. Eu comi com tanto gosto (fome), esperava ansiosamente a sobremesa (banana).
As llamas e Bicunhas são umas gracinhas, parecem que elas querem ser fotografadas e ficam te olhando com "rabo de olho"... agora os Flamingos, aaa esses sim, na laguna colorada, gente é a coisa mais rica que já vi! O hotel de sal, as mesas e etc, caramba, acho que minha pressão até aumentou... bom, foram dias e experiencias formidáveis - mas confesso, é um mundo solitário sem som, sem vida, mas com muitas cores - do vulcão, do chão, do céu e dos lagos!
No dia em que fui embora, detalhe, só se tinha 1 ônibus por dia saindo de Uyuni até La Paz - ou seja se eu perdesse.... e que esse saia a noite.... me despedi dos meus novos amigos e que esses faziam essa aventura de carro e que estavam indo para o Peru. Fui pra praça e sozinha percebi que o vento me cortava rosto a fora e fui procurar um abrigo, um bar e que quando entrei, todos os camponeses se viraram, querendo ver o que aquela garota fazia por ali e quando vi a televisão, passava o jogo do Brasil... perguntei se tinha banheiro e me disseram - sim, são 5 bolivianos com papel. O onibus chega, vi turistas do mundo todo, mas nenhum sozinho, assim como eu! Entrei e sentei em meu lugar, quer dizer pensei q fosse meu, uma inglesa chegou e falou: com licença esse lugar é meu, olhei o meu bilhete e disse, está errado, pq é o meu... mas fui educada e sai, sentando em outro, e assim fiquei pelo menos por 10 min, levantando e sentando quando alguem chegava... não conformada com a situação a inglesa e duas alemas, nao se sentaram enquanto eu nao achava meu verdadeiro lugar... desci do onibus atras da mulher que controlava os bilhetes, olho pra traz e a garota lá da inglaterra descendo tb, querendo me ajudar... quando a senhora me disse: sinto muito, mas desconheço a empresa q te vendeu esse bilhete... Chorei? Não, apenas disse, não posso ficar aqui e paguei por isso... a inglesa disse, pelo que entendi: nao iremos se ela nao for... esperamos todos entrarem no onibus até pra ver se sobraria um lugar e sobrou, quando entrei todos me esperando e agradeci pela compreensão... ando e ando, no escuro e quando olho o lugar vazio, esse q iria sentada por pelo menos 16 horas...(parecia até filme),vejo uma espécie de cigano, cheio de ouro no dente, faltando bater na perna e dizer: senta aqui! Uia! Fiquei com medo, mas puxei conversa logo de cara e ai ele me disse: muy hermosa! Uia! Mas ai por fim, dividimos até a coberta! No meio da madrugada um espanhol que sentava atras de mim começou uma série de vômitos, isso mais ou menos de 15 em 15 min, sério, contei... atras de mim, a sensação era que ele estava vomitando na minha cabeça! Lá pelas 5 da madruga o onibus para e nao se enxergava nada! Tinha apenas um bar no meio do deserto, e uma poeira só, estrada de chão e meu nariz sofreu! Fomos pro banheiro, todos formando uma fila e quando olhei pra frente... o banheiro era uma especie de casinha por lado de fora do bar, e a porta era apenas na metade, pensei: como vou fazer qualquer coisa aqui com gente me olhando? Chegou minha vez, entrei e fechei a porta, mas o que adiantou, todo mundo ficava me olhando, e pensando: anda logo! Voltei pro onibus e digo que foram as noites mais frias da minha vida... Dormi até La Paz e quando amanheceu, recebi um: buenos dias mi amiga brasileña! Era aquele meu amigo cigano, com uns 60 anos de idade, mais ou menos, ele levantou, se despediu e desceu, numa cidade antes de La Paz! Pronto, eu acho que deu tudo certo!
Quando conto essa história, muitos nao acreditam, ou melhor: perguntam: qual é a graça de tudo isso? hahah E vcs acham que eu respondo? Sorte dessas pessoas, pq senao ficaria dias filosofando o que penso sobre - o que levar dessa vida!
Agora me diz: foi salgada ou não foi?!
Um comentário:
Tuta, o certo é vicunha e não bicunha. Acho que se confundiu com o espanhol... :)
hihihihihihih
Sua história é muito legal!
Beijo!
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