segunda-feira, setembro 28

Expedição Guatemala - PaRtE 1

Fronteira - El Salvador / Guatemala
Capital: Guatemala
Moeda: Quetzal (1 dólar – 8 quetzales)
Principais cidades: Guatemala, Mixco, Villa Nueva, Chinautla, Amatitlán, Quetzaltenango, Antigua
Fuso horário: -3 horas em relação ao Brasil
Preço de passagem rodoviária: 17 dólares - El Salvador a Guatemala
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... Percebi que, minha mochila já não estava mais como antes. Carregava em minhas costas um trambolho pesado, ligeiramente deformado... E não sei o que deu na minha cabeça, mas comprei, em El Salvador, duas garrafas de cerveja, salvadoreña e outra mexicana, não era pra beber, comprei pq elas tinham uma forma bem ousada, uma garrafinha de vidro afinada na ponta, se entrelaçando até o meio; conclusão: tive que comprar outra mochila!(...)
(...) Ainda no albergue, pela madrugada, enquanto eu fechava "mis equipajes", duas americanas voltavam de uma festa... Por fim, pego as mochilas (uma pra frente outra pra trás), a bolsa de mão e meu chapéu Panamá... Fiquei até tonta com aquele peso todo...
Hora de acertar as diárias, não sei pq, mas a moça do albergue não quis me cobrar os dois últimos dias que eu estive lá... ou seja economizei 13 dólares. E o acesso a internet? Ela tb resolveu me "agradar", ou seja, economizei mais uns 15 dólares... Agradeci humildemente! (Será q ela ficou com pena me vendo como andarilha?, rs)
Chamo , então, um táxi! Paguei 5 dólares pela corrida, logo fiz meu chekin na empresa TicaBus (vale lembrar que em alguns países, da Am Central, não existem rodoviária, cada empresa tem o seu terminal, em cada ponto da cidade.)
Fiquei bem confortada,sentei na última poltrona, dessa vez ninguém ao meu lado. O ônibus partiria às 06:00 hs da manhã e chegaria 12:00 hs em Guatemala City. Adiós El Salvador! (...)
(...) Depois de algumas horas, o motorista acende as luzes do ônibus, sinal de que chegamos à fronteira. Essa, nem precisei descer, o próprio motorista se encarregou de pegar o passaportes, porém na entrada a Guatemala, já do outro lado da rua, tivemos que sair do ônibus, uma verificação rápida e tudo pronto!
Algumas horitas mais, eis que surge a cidade, Guatemala! Dessa vez nada me assustou, desci tranquilamente do ônibus, logo me vejo dentro de um táxi abrindo a página já marcada do "Lonely Planet" pra dar a "dirección" para o taxista - Hotel Ajau, se eu não me engano paguei 10 dólares a diária. Quarto com TV a cabo, ar condicionado, uma cama de casal só pra mim - que luxo! Fiquei perto do centro, das redes de fast food, do ponto de ônibus para ir em outros lugares... Até então, nada me abalava... Resolvi almoçar e andar na rua. Sozinha fui tomar uma sopa (estava com tanta vontade de sopa - todos os lugares que fui eram excelentes)... Aaaa estava me sentindo super bem, com aquela sensação: uau, estou tão habituada! Puro engano, quando chamei um táxi, o cara vira pra mim e fala: cuidado heim, vá apenas nos que têm um adesivo colado no vidro, esses sim são os credenciados. Eu pergunto: - e os outros? Ele disse: ladrões se passando por taxista. Naquele momento engoli com uma certa dificuldade, porém fui procurar um taxista credenciado e, acheiiiii! Pronto, tudo certo, tranquila, relaxada, abro o vidro do carro e começo a registrar o lugar, com a minha máquina, nada discreta, dava um clique aqui, outro ali... eis então que o taxista freia o carro, vira-se para trás e me dá uma bronca! Não faça isso, menina, quer ser assaltada? Arregalei os olhos, pedi desculpas, fechei o vidro e segui com ele! Pude passear pelo centro histórico, vi museus, catedrais, praças, monumentos, mas pouquíssimas fotos! Até que volto ao albergue e releio o Lonely, não tinha reparado numa frase que dizia: esta cidade é a mais perigosa da Am. Central... PQP!
Na verdade, somos tomados por informações, aos quais nos metem medo (se eu levasse em consideração tudo que lia sobre minha viagem, com certeza não estaria aqui, relatando os caminhos que andei. Não teria pisado nessas terras alegres, culturais, exóticas e belas). Porém, quero dizer que não é perigoso, muito menos que não devêssemos ler com devida atenção essas informações, porque são sim, bastante pertinentes. Mas relaxe, vá com roupas simples, sem jóias... e não saia a noite sozinho! Nunca se esqueça de conselho de pai e mãe (isso tb me ajudou muito)...
...Bom, se vc estiver na Guatemala e fugindo de redes de fast foods, procure restaurantes que lhe sirvam uma boa comida guatemalteca: tortillas, tamalitos, tamales, tacos, enchiladas, chuchitos... Pratos de origem maia tb é o forte, como feijões e etc. As bebidas mais tradicionais são: arroz com leite (isso mesmo que vc leu), refresco de jamaica (fruta da região) e caldo de frutas.
Haaaa e não se esqueça: não se surpreenda, as pessoas guatemaltecas, de fato são simpáticas e educadas. Obter informação é muito fácil.
A cidade da Guatemala é de fato perigosa, entrei a noite no Mc Donalds e na porta tinha um guarda armado com uma arma tão grande que arrastava no chão... Pra vc ver, pode ser até perigosa, mas é bem protegida ( coisa que não vemos por aqui). Fique tranquilo e desfrute desse lugar...
Hasta amigos, com mais expedição, falarei de Antígua, a cidade mais lindinha q já vi!

sábado, setembro 26

A primavera dentro de mim!


girassol no meu jardim
Mesmo sabendo que o tempo passa, que a vida acontece e que as distâncias separam, eu ainda cultivo flores nos jardins. Cultivo com uma leve esperança de um amanhã mais colorido, mais primaveril! Cultivo, também, flores alheias, as que não vemos, as que moram dentro da gente!
E então, quando vejo uma azaléia, lembro de alguém...
A rosa me faz criar pensamentos à minha mãe - uma mulher delicada, perfumada,aveludada. Minha mãe se parece com rosa Chá, uma cor simples porém viva e duradoura...
Quando rego meus cactos, lembro da minha irma mais velha, isso porque dificilmente se molha um cacto. Não é pela aparência áspera e seca, muito menos pelos espinhos pontiagudos, lembro dela pq cacto me faz sentir orgulho. Vejo então, uma pessoa forte e sensata nas decisões, não precisa de muitos mimos e cuidados, sozinha sabe muito bem enfeitar os lugares que passa e sua semelhança se dá pela razão, pela firmeza e pela maturidade. Crescer, evoluir, transcender... Ela é decidida, sensata e inteligente.
Comigo-ninguém-pode, me faz lembrar da minha outra irma, na verdade não se parecem na estrutura, apenas o nome já diz sua personalidade. Mas as vezes assemelho a um manjericão, cozinha como ninguém e seu prato nunca falta uma folha fresquinha perfumando o ambiente, dando sabor e cor aos alimentos!
As ervas medicinais, elas todas, me fazem lembrar do meu querido pai, pode ser pela sua sabedoria e também pela sua importância na vida das pessoas, mas é pq meu pai é um natureba de primeira, lá em casa tem de tudo e mais um pouco. Se quiser um chá ele te dará!
Não falarei de todos aqui, são infinitos diante de um post como esse... mas se um dia vc quiser saber que planta vc representa pra mim, é só me perguntar!
Enquanto a mim? Não me vem nada em mente, prefiro cuidar dessas mencionadas aqui para tirar um bom proveito de todas! Mas eu tenho uma em especial as Onze horas... flores singelas, pequenitas e delicadas, belas ao sol, se fecham a noite. Ou melhor, abertas recebem a energia, fechadas, se "resguardam" por um tempo! Talvez pq elas sabem que a noite não tem ningúem para apreciá-las, portanto economizam beleza!
A minha paciência é tão somente para as flores (deve ser por isso que procuro uma semelhança para com as pessoas): quando encontro com as orquídeas; quando aprecio as tulipas; quando crio um mosaico de calanchuês fortes e coloridos; quando faço muda de violeta...(...)
Entrincheiro-me na minha própria alma (diálogo d'alma), na minha própria existência...
Alguns hiatos se encaixam nas minhas recordações, mesmo insignificantes, eles ainda são indispensáveis (muito complexo). Algumas plantas se encaixam no meu dia a dia, nos meus hiatos(...)
No post antigo,conto sobre um veludo branco que nasceu em meu quintal, aliás um antigo quintal. Hje venho aqui, mostrando um novo jardim, e um veludo amarelo cresce rapidamente... Além dos meus bonsais, dentre outras, aprecio uma planta que ganhou até meu nome, um presente muito do especial no momento certo! Aliás as coisas são, verdadeiramentedo do jeito que tem que ser, quando chega a hora certa! Não decidimos nada, as coisas acontecem!
As vezes me sinto frívola, incapaz de agarrar uma idéia concreta, incapaz de perceber a verdade, pois tenho medo do que é objetivo, isso sim, me soa falso.
Portanto o que import é que a primavera chegou e comigo estará pra sempre, aonde quer que eu vá. Carrego comigo a esperança, a felicidade, a descoberta e as flores.
Quero estar sempre na primavera, e que ela esteja sempre dentro de mim!
Até amigo, no próximo post falarei sobre Expedição Guatemala - aventura

quinta-feira, setembro 10

Expedição El Salvador - FiM

foto do entardecer
... Vale lembrar que, neste lugar, neste longínquo lugar, não tinha televisão, rádio, telefone fixo ou móvel e nem internet! Um gerador funcionava pela noite! Estava desconectada do mundo!
Quando percebi que, não falaria com amigos muito menos com alguém da família, me assustei um pouco.
Nem remédios, nem roupa de frio, nem nada de emergência o que levei foram apenas protetor solar e repelente! (...)
(...) No fim de tarde, depois de um belo banho frio e com os pés no chinelo piso naquela areia fina e delicada que invade todo o albergue, ando até chegar a cabana, sinto um pouco de areia entre meus dedos ainda molhados, caminho em direção a ela, a cabana. Até que vejo de novo, Hector, o filho da Dona Maria que brincava sozinho por lá, chamei-o, então percebi que se ficasse mais uma hora sozinha, talvez escorreriam lágrimas em meu rosto ou "escorreriam" palavras duras e tristes em meu caderno. Ele então me fez companhia, até que sua mãe pensava que estaria me incomodando. -Por favor, não o tire daqui, eu estou conversando com ele. Eu precisava dele naquele momento, olhava-o e sentia uma leve angústia: como aquele ser ali sozinho brincava e nem se quer nunca me viu antes, nem sabe de onde vim. Pergunto a ele: -Conhece o Brasil? Ele disse que sim, só de televisão, e ai então eu disse a ele: pois bem, vim de lá! -E vc, sabe aonde fica seu país no mapa? Ele nunca tinha visto um mapa antes, foi ai então que abri meu "Lonely Planet Central America" e com todo carinho e felicidade, mostro seu país, El Salvador... ele então toma o guia de minhas mãos e procura o lugar ao qual ele vivia. Não achamos (era tão remoto que nem no Lonely tinha), procurei então o lugar aonde o pai dele trabalha, uma outra cidade, achei! Eu vi a felicidade verdadeira no rosto de um menino simples e com pés sujos e descalços. Resolvi pegar meu bloquinho de anotações e dei a ele, entreguei tb minha caneta e perguntei: vc sabe desenhar? Ele me disse com muito orgulho, sei sim! E me disse mais: -O que vc gostaria que eu desenhasse? Não soube responder. Ele o desenhou e com aquela mão pura e delicada desenhou-o com flores no caminho. (O desenho de uma criança diz muita coisa). Sua mãe, mais uma vez o chama, ele então resolve ir pq já estava tarde. Me vi novamente sozinha, levantei e fui caminhar, olhei pro mar e vi muita coisa! Vi sim, muita coisa que meu coração sentia. As estrelas brilhavam, piscavam e iluminavam minha noite. Aquela brisa e um vento no rosto sacudia minha alma. Aquele silêncio fatigava minha existência. Chorei! Voltei então a cabana, sentei na cama e escrevi. Escrevi com muita força, com muita vontade. O ventilador girava meio torto, os mosquitos pousavam de 1 em 1 nos meus braços, nas pernas. O barulho do vento me assustava, a escuridão lá fora tb. Por vezes pensava em apagar a luz pra entrar em conformidade com o lugar, pra não chamar atenção de quem passava. Mas quem passaria ali? Ninguém. Mas até esse ninguém me metia medo. Resolvi voltar pro mar, queria ver a chegada das tartarugas, esperei e elas não vieram. Volto pra dormir de verdade vendo aquele ventilador que girava torto, a janela aberta porque não tinha vidro suficiente pra fechá-la. Chorei. Chorei pq lembrei dos meus pais, da minha vida... e tão somente da minha dor!Obrigada Deus! ... Boa noite a todos!
Dia seguinte caminho pelo outro lado do albergue fiquei encantada, encontrei um lago e pude admirar outra coisa sem ser aquele mar gigante. O lago já não me dava a idéia de infinito, como o mar e Hector lá, sempre comigo!
Chegou a hora, a minha hora, a de partir. Pego as minhas coisas e saio, Hector me acompanha até a porta. Fiquei de joelhos pra abraçá-lo e o agradeci pela comanhia. Ele riu. Fui embora! Volto a estrada, volto naquele carro cortado atrás, volto naquele ônibus velho americano e volto! Volto a San Salvador e a minha realidade...
Mais um dia em San Salvador, um dia de pupusas sem gosto, um dia amigos no albergue. Conheci um rapaz de Israel e uma linda menina do Canadá, a gente se esbarrou na cozinha, cozinhávamos todos ali e sem ao menos nos conhecermos... Jantamos juntos (macarrão), logo fomos para um bate papo, rimos muito do garoto, ele era meio aloprado e qtinha uma máquina idêntica a minha.. com zoom tudo e tudo! A linda garota estava de passagem e esperando seu namorado mexicano. (As pessoas procuram mais El Salvador pra surfar)...
... Contei a eles um pouco da minha experiência com o mar... percebi que, só estando lá pra sentir, pra se "autoconhecer", falando assim não dá! rs.....

Por hoje, não me veio ninguém em mente pra postar, poderia falar de algum clássico, ou alguma frase inspiradora... mas resolvi, então a escrever uma só frase:

I wanna rule my destiny!

Hasta amigos e no próximo post, Expedição Guatemala (ojalá)

quarta-feira, setembro 2

Expedição El Salvador: PaRtE 3

fomos juntas a Barra de Santiago

... Depois da capital, consegui algumas dicas da proprietária do albergue, ela é norueguesa, isso mesmo, após uma visita a El Salvador, ela nunca mais voltou pra sua antiga casa, lá na Noruega! (será que ela já viu cabeça de bacalhau por lá?) Tenho muita vontade de fazer uma Expedição a Escandinávia... voltando a El Salvador: bom, ela me disse q se eu quisesse descansar, caminhar, deitar na rede, comer um bom peixe e ficar longe de turistas, que era pra eu ir numa comunidade de pescadores ao norte de El Salvador, pois bem, fui eu lá, e ela tb me indica um outro albergue, ficando nessa comunidade, esse albergue era dela tb. Capricho´s Beach House (optei por ficar em cabana, mais barato e sendo mais a característica do lugar)

Acordei às 07:00 hs, tomei "desayuno" (panquecas com geléia e café bem forte). Peguei então um microônibus até o terminal Occidente (aquele estranho que falei no 1º post de El Salvador),entro em outro ônibus para uma cidade chamada Sonsonate, a 1 hora de El Salvador, depois em Sonsonate pego outro ônibus, esse iria a fronteira com a Guatemala. Tinha que tomar muito cuidado pq se passasse do ponto poderia voltar à Guatemala. Parei então a Barra de Santiago. Como sempre estava num desses ônibus escolares americanos, dentro tinha muuuuita gente, muito calor, e muuuita música! Por vezes entrava e saía vendedores ambulantes, com os mais variados produtos: melancia cortada, coco cortado, água no saquinho, banana em tirinhas fininhas e fritas... Sentei ao lado de um rapaz , sabe quando vc se sente nada a ver com o ambiente, me sentia um ET, todo mundo me olhava e ria, achei até que estava com alguma coisa grudada na cabeça, passava a mão , mas não saía nada. Até que puxei papo com o cara ao lado, disse a ele que iria a Barra de Santiago e que estava calor ali, não?! Ele me olhou espantado, parecia cena de filme quando a gente dá um PAUSE, e eu apenas mexendo o corpo. Pronto, ferrou, pensei. Vi também que outras pessoas me olhavam meio assustadas. O cara me disse: Tu hablas español! Eu digo: Si, como no?! Ele disse: Eres argentina? Eu disse: ......! Brincadeira, eu disse: Noooo, "ái" por favor, soy brasileña! Senti uma leveza no ar, acabou que ele me ajudou pra caramba, ao ponto de levantar junto comigo, puxar a cordinha e por vezes gritava pro ônibus parar. O motorista estava meio tarado pra chegar no destino final. Eu acho q mais umas 4 horas eles chegariam na Guatemala. Desci! Ninguém mais. No meio de uma estrada, cheia de mato, atravesso a rua quase que involuntariamente, minhas pernas iam! Cheguei do outro lado, vi um carro cortado atrás e algumas pessoas subindo, eu perguntei como fazia pra chegar em Barra de Santiago? E eles me falaram: subindo aqui! Paguei uns centavos de dólar e subi. Pulei meio sem jeito com a ajuda de um garoto. Sentei e na minha frente uma senhora feliz, ela foi curtindo o vento na cara até o seu ponto final, ria, se divertia, até posou pra foto! Aproveitei pra filmá-la tb (aguardem no vídeo Expedição El Salvador)! Decidi então, a levantar, segurando o chapéu viro pra frente, uma mão no panamá Hat e a outra no suporte de madeira improvisado. Fechei os olhos e senti aquela brisa, aquele vento invadindo meu rosto, entrando pelos meus cabelos! Chegamos, o rapaz super gentil me deixa na porta do albergue. Coisas estranhas estavam acontecendo... coisas muito estranhas. Não tinha NINGUÉM no albergue, exceto a Dona Maria e seus filhos que cuidavam do lugar.
Deixo então minhas coisas na cabana (dormi numa cabana bem simpática, porém quente e cheia de pernilongos)! O banheiro era pelo lado de fora, pra se chegar até lá, tinha que passar por um caminho invadido pela areia de praia... ia dormir sempre com vestígios de grãos pelos pés, rs! Pedi a ela que preparasse o peixe que a norueguesa me indicou. Fabuloso, ou melhor, "esquisito" e fui então a explorar aqueles cantos de lá! PQP, ninguém na praia.

Apenas alguns pescadores chegando de um dia de trabalho, poucos homens, mas que sumiram de repente do meu campo visual. (será que eles me viram?)
Andei, mas andei tanto até meus pés não aguentarem mais e mesmo assim não vi o fim da praia, foi ai que descobri o infinito: olhava pro céu, olhava pro mar e olhava pra frente! Não via o final de nenhum desses lugares! O infinito me fez ter algumas fortes reações: gritava, corria de olhos fechados, chorava alto, sentava, deitava... abria os braços! Encontrei o infinito, sim, ele existe! Junto a ele veio a solidão, foi ai que senti o peso e o poder desta palavra! Percebi que, é fantástico viajar sozinha, viver sozinha, pensar sozinha e SER sozinha! É muito maravilhoso ir e vir sem ter hora certa, prazo ou permissão. Mas seria tão fantástico assim até quando?

Este período, com alguns desencontros pude aproveitar a solidão! "Me aproveitar", "Buen provecho", como se estivesse experimentando o alimento, provando minha própria carne. Me conheci de verdade, "me abri", falei um tantão de merda e as joguei aos quatro ventos... Eu estava lá. EU, somente eu! Me transformei em "It", uma coisa! Descobri que posso ser eu (Foi a mesma sensação que tive no Salar de Uyuni, Bolívia). Saí de lá totalmente compreendida de mim mesma, louco isso. Não durou muito tempo, aliás nunca dura, bastou dar as costas ao infinito desse lugar, tudo voltou, lentamente... e voltei aquela pessoa cheia de dúvidas, cheia de ilusões e com falsas impressões... fui me estabelecendo. Juro, só estou conseguindo relatar, aqui pra vocês, porque está tudo escrito, lá escrevi bastante, coisas sem nexo, sem pé nem cabeça, coisas jogadas (como eu estava) mas que naquele momento tinham muito fundamento pra mim. Hoje penso que poderia ser um pouquinho diferente, poderia ter compartilhado esse EU, essa solidão com mais alguém, talvez esse alguém poderia me contar como eu estava, como eu era, e eu, poderia contar a esse alguém como ele estava, como ele era. Senti, de verdade, Deus pairando naquele infinito! 100km de praia não é mole não!
*como já escrevi bastante por aqui, basta! Falarei em outro post sobre a vida noturna desse lugar... Até! UFa!

terça-feira, setembro 1

Expedição El Salvador: PaRtE 2

A imagem de San Salvador
Depois da aventura que passei na fronteira (vide post abaixo), me concentro então em San Salvador, como tudo é em dólar as coisas não são tão baratas como se pensa. Logo procurei o albergue: Ximena´s Guest House. Em uma rua super tranquila (com vulcão ao fundo) e se andar um pouco chega a todas as redes de fast food da cidade e andando mais um pouco chega ao shopping, mas pra ir até o centro é preciso pegar um ônibus.
Fui então conhecer essa cidade que tem como marco o San Salvador, assim como o Cristo Redentor está para o Rio de Janeiro.
As ruas do centro são velhas, são, em sua maioria, sujas. Todas ocupadas por vendedores ambulantes e lojinhas de souvenir (aquelas que a gente gosta de comprar qualquer coisinha pra lembrar do país visitado). Lembro tb da minha mãe: todo mundo que viaja tem que trazer um ima de geladeira pra ela... até que passando 3 meses a Alessandra (secretária lá de casa) quebra com uma facilidade... vai então meu pai juntando os caquinhos e colocando de volta na geladeira. ahahah Eu tenho mania de bandeira (compro em broches e faço um mural)
Bom, fiz uma parada pra conhecer essa tal de pupusas (uma comida típica em toda a América). Germán Reyes já dizia:- Se peruanos e chilenos reivindicam a autoria do "pisco", na América Central hondurenhos e salvadorenhos disputam na mesa a origem das "pupusas". São omeletes de milho recheados com queijo, torresmo e/ou feijão moído e preparada com ervas aromáticas da região e em San Salvador, se servia tb com repolho ou uma espécie de vinagrete. As mulheres "pupuseiras" fazem na hora, e os pedidos são bem variados. Acabei pedindo 2 e 1 copo de café . Pedi com queijo, uma espécie de catupiry. Gostei muito não, o sabor da massa prevalece e não tem gosto de milho! rs Mas comi, como todos ali! Segui então ao centro histórico, com catedrais, praças, pombos, rs Teatro... a cidade tem um charme a parte, pois, os salvadoreños são considerados como: "o sorriso da América". São bem simpáticos. Nem preciso dizer tb que, os ônibus urbanos são todos escolares americanos, isso é uma constante!
EL Salvador é um país que se vê de tudo. Se vc gosta de montanha, existem umas excursões à cavalo. Se gosta de história visite as ruinas maias. E se gosta de aventuras perigosas, cheias de adrenalinas vá algum vulcão. Se preferir tb, há uma forma de se relaxar e esquecer do mundo, a costa salvadoreña é quilométrica, de se perder de vista. Vale a pena, é de um silêncio, lá que descobri o sentido da palavra solidão! Desfrutei de admirar o horizonte deitada numa rede!

Hasta amigos e no próximo post, a costa salvadoreña!