sábado, maio 22

Expedição Goiás - FiM

flores do cerrado, lindas!
...A espada de São Jorge cutucava minhas ideias pela noite...
Corpo cansado, sem armas e armadilhas deitei com uma ligeira impressão que ainda precisava fazer algo. A coberta ficou ao meu lado, pq não tive forças para me ajeitar em seu meio. Mas mesmo assim sentia que ainda precisava concluir alguma coisa... O que seria? A janela batia e aquele vento arrepiava minha espinha, mas não tinha forças pra levantar e forçar os músculos do abdômen para fechar aquela maldita janela. E ainda sim, sabia que alguma coisa devia fazer... O barulho da TV já nao me embalava, já me irritava isso sim... mas não conseguia abrir os olhos e procurar o controle. A TV ficara ligada a noite toda. Mas ainda sim, meu Deus, eu sabia que teria algo pra fazer... O que seria? Fazer, sentir, tocar? O que seria? Não queria mais pensar, mas isso ultrapassava a qualquer força de raciocínio, era mais forte do que minha própria pele seca. Era surreal!
Não sabia o que era... Um aflito e um coração amargurado tocados pelas cordas de uma viola. Minhas lágrimas foram como pedras preciosas da ilusão... Batia uma saudade triste, no reverso inevitável da solidão. Meu Deus, eu existo! (...)
(...)Dia seguinte corpo pronto pra encarar o último desafio, os Cânions e mais um mergulho à cachoeira.
Acelerei no compasso da trilha, achando que o tempo passaria depressa e assim, poderia descansar meus pés sobre alguma sombra de uma figueira...
Os dias foram assim, as noites assim passaram! Libertei minha alma, meu espírito se elevou e conclui que o que mais precisava fazer era uma oração a mim mesma. Um corpo fatigante, tenso e solitário, só assim pra perceber que sempre serei eu mesma, mas com a certeza q nunca serei a mesma pra sempre. (Já dizia Clarice Lispector)...
(...) E pela noite, nada de forró ou música do Santo. Fui à Alto Paraíso, uma cidade mística, onde provei um suco de Cupuaçu (esquisito, parecia leite cremoso)...
Lá existe "algo" fora do comum, um quê de magnetismo, talvez pelos cristais do subsolo que favorecem na meditação e te levando a um contato com Ser maior. O lugar se torna ideal para os que querem desenvolver seu lado espiritual e qualidades sutis, como: sentimentos de paz interior, amor, união com o infinito, sabedoria e leveza...
Depois que fui à Machu Picchu (Peru) nunca mais fui a mesma e agora, com São Tomé das letras (MG) e Alto Paraíso (GO), de fato, já não sei mais quem sou! Valeu muito a pena, inexplicável!
Volto dessa viagem com a sensação de que muita coisa ainda estar por vir, muitas boas coisas ainda virão! Pelo menos quero sempre achar que coisas boas estão presas nas viagens que faço, sendo armadilhas pra minha alma não conseguir escapar (nunca)!
Até amigos, com mais expedições, dessa vez cultural, urbana e "pouco civilizada", São Paulo.

2 comentários:

Dino Calei disse...

fico feliz por ti mas fico triste porq n conversamos no sms,.,.quando vens a angola?

Tatiana disse...

Isso foi um convite? Eu sou vidrada em Angola, há tempos pensei em estudar por essas bandas! Alguma coisa me chama a atenção por ai, talvez seja meu pé na África ou talvez seja pela força da lingua ao qual carregamos. boa a mais uma expedição! bjo bjo