quarta-feira, abril 21

Expedição México - FiM :(

Tirei essa foto em Isla Mujeres.
Opções para fugir.... há tantas que me torno escrava e, consequentemente presa nessa própria liberdade de escolha!!!
México, além de encantador é misterioso pela sua própria natureza. As pessoas de lá têm uma outra forma de ver a vida, ao qual desconhecemos. O povo latino é muito intenso! Sou intensa!
Já sem muitos planos, pois a volta se aproximava, procurei apenas um lugar pra descansar pra curtir o fim da viagem... A verdade é, não saio de férias pra ficar de bunda pro alto assistindo sessão da tarde. Caramba, minha vida é muito mais q isso. Trabalhei! Preciso sumir um pouco, só assim voltar pra essa rotina desgraçada!(...)
(...)O caminho que percorri, não condizia nem ao infinito nem ao meu mundo real, foi um caminho que revolvia sobre a si mesmo, reconduzindo-me ao ponto de partida, pois tudo que vai volta! Ahh como é penosa a volta!
Vou então às ilhas, eis: Isla Mujeres, Cozumel... PQP! Estava tão anestesiada que decidi por tatuagem - uma tribal de tartaruga. Além de amar este animal, pra mim, um símbolo que representa viagens longas. Mas desisti quando o rapaz disse o preço. ahahah (...) Aproveitei pra fazer amizades, conheci duas mexicanas e que me fizeram uma puta de uma companhia, gracias!
(...)Um dia pela manhã, levanto e dou de cara com uma "perdida" menina. Tive essa sensação! Perdi a conta das vezes que ela abria e fechava sua mochila. Uma cara de aflição que dava dó. Aquilo me dava agonia. e nas apresentações (me llamo...), logo percebo que é mais uma "vecina"... Sim, Malvina é argentina! Estava ali ao vento. Chegara de uma viagem cansativa e triste. Recém formada em agronomia foi tentar a vida no México, alegando não ter oportunidades em seu país. Eu disse: Pero, dónde por aquí? Ela disse: Yo no sé todavia!
Aquilo me arrepiou, mas logo percebi que era o vento de uma janela aberta. Conversa vai conversa vem... Malvina estava disposta a encarar qualquer tipo de trabalho, ela queria ganhar dinheiro, apenas isso. Ofereci um "trago"... (trago é oferecer uma bebida num bar). ahaha brincadeira, era muito cedo, ofereci um "desayuno" na padaria da esquina. Sem muito jeito pra falar, ela disse: No puedo, porque no tengo mucha plata! Fomos! Fomos porque eu fiz o convite e porque sabia que ali surgiria uma bela e única amizade. Ela me disse que foi o melhor café desde sua chegada ao Mexico e que havia começado bem essa louca viagem. Conversamos até bater o cansaço. Resolvemos voltar e no quarto ela me tira uma garrafa de vinho argentino, me entregando com um ar de orgulho e agradecimento. Me dizendo: Yo no tengo nada para ti, pero tengo este vino para darte! Gente! PQP! Como posso querer muito nessa vida se o pouco que tenho é tão intenso e não me canso de dizer isso pq é a mais simples verdade! Muchas gracias!
Nosso dia foi segregado, eu à ilha novamente, ela à procura de um emprego. Hasta la noche!
Enquanto desfrutava do Caribe, Malvina desfrutava de uma quitanda, de uma loja de calçados, de uma padaria. Ela buscou emprego até seus pés aguentarem.
Pela noite, eu, já destruída do sol, mar e água de coco, ela estava lá, destruída de tanto andar e nada! Nos demos um abraço apertado e ficamos no quarto naquela cama macia. A música da boite do terraço começara a ocupar o espaço, disputando com o ar que respirávamos. Buenas noches!!????
E foi assim, em meio a amizade, descobertas e fantasias no mar caribeño... ressalto minhas vibrações. "Hj é dia de partida." Malvina ajudou fechar a minha mochila, eu em cima, ela no zipper. Ajudou a levar minhas tralhas até a rodoviária (existe um ônibus direto para o aeroporto - ótimo pq ja nao aguentava carregar aquelas coisas e o peso da viagem já me mostrava o caminho de volta pra casa). Com aquele cabelo desajeitado e um sorriso apertado, Malvina me deixa na rodoviária e eu, deixando alguma coisa pra trás.... No caminho, abri a janela (aproveitando os últimos minutos de vento caribeño)... Já no aeroporto, pesei minha mala e por curiosidade perguntei, 15kg!! Implorei para que o sombrero viesse comigo. Consegui! Disse um obrigado meio tímido, mas muito verdadeiro. Pois de fato, só tinha a agredecer aquela gente, aquele lugar. Compro uma linda tartaruga (não foi de tatuagem, mas foi de pelúcia) ahaaha Das duas horas que fiquei ali, sozinha em meio a uma multidão heterogenea, percebo um sentimento esquisito, era Deus falando comigo. Meus olhos se encheram. Mas aguentei firme. Escala rápida no Panamá, resolvo ligar para o Portugal (taxista que conheci no Panamá) e resolvo tb ligar pra casa! Disse: Pai, consegui!!! Não saia mais palavra alguma, só choro. Meu pai: é assim mesmo, tudo na vida se conquista quando se tem vontade e garra! Parabéns, estamos te esperando. Já no avião com destino ao Rio de Janeiro, me acomodo a poltrona e percebo que não haveria ninguem ao meu lado. Luzes já apagadas, avião na iminência de voo, ali, sozinha com um sombrero ao lado e a tartaruga d'outro.... não me contive. chorei!! Muito! Uma energia sem explicação. Definitivamente me deparei com Deus. Sabia que me acompanhara desde o ínicio. (...)......
FIM
(...)Me sinto atraída pelo mundo! Meu corpo implora por sensações fatigantes. Minha alma rejuvenesce e se cala... e te cala, com um simples suspirar!
Não quero muito, mas do pouco que quero muito me consome.
Quero é pintar com palavras a minha própria imagem, sem o apelo à perfeição, busco nas viagens meu grande refúgio, meu grande artifício!
Eu preciso de bifurcações, das escolhas paralelas... preciso me inclinar e agradecer por essas e todas outras conquistas e "desprendimentos" que alcancei.
Espero , verdadeiramente que tenham desfrutado do México e que, sintam-se lá quando estiverem nesse mundinho viajante que se tronou meu blog. Mas se houver oportunidade de ir até lá valerá tanto, mas tanto!! Obrigada pelos comentários e se alguem precisar de companhia pra viajar, vá sozinho! Nesse mundo conhecerá muita gente do bem, e quem sabe a gente ainda não se esbarra por ai?!! Até amigos com mais expedições - dessa vez no Brasil!

4 comentários:

Sonia Schmorantz disse...

Uma viagem e tanto, ao menos um pouquinho, viajamos contigo!
beijo

Marina disse...

Ah Tati! Eu sempre choro quando volto de algum lugar... Seeempre!
São experiencias únicas que vão ficar conosco pra sempre!
Mesmo que voltemos no mesmo lugar mais mil vezes, a experiencia nunca mais vai ser igual

Marina disse...

Ah Tati! Eu sempre choro quando volto de algum lugar... Seeempre!
São experiencias únicas que vão ficar conosco pra sempre!
Mesmo que voltemos no mesmo lugar mais mil vezes, a experiencia nunca mais vai ser igual

Eder Lira disse...

Olá

Passando para dizer que gostei muito do seu blog.

Abraços

Prof. Eder Lira